verso, prosa e frases soltas, gritos na noite, pulso que pulsa, meia-verdade, meia-justiça e um grilo falante

segunda-feira, 6 de abril de 2015

Soneto da Fênix


Ave Fênix, destrói os receios, queima a dor,
Trai a verdade. Risca o infinito azul.
Extrema, porém calma, põe a vida a dispor.
Devora a morte, não tem norte, não tem sul.
Ave, Fênix! Prosterno-me a seu louvor.
Sob suas garras, eleva cá meu corpo nu.
Desensina a fugir, me mostra toda cor,
Revolve minha carne e devora a cru.

Haver, Fênix, composto sua e minh’alma.
Nas veias, há de pulsar nosso sangue unido,
Adubando com cinzas o amanhecer.

Ah, Fênix, vi meu medo abatido em amálgama
À sua esperança. Vi ao longe: eu ungido 
Em fogo. Morto, sempre; eterno renascer.


Nenhum comentário:

Postar um comentário