sábado, 25 de julho de 2015

Baile de Máscaras




















A tristeza do Pierot
A lágrima do crocodilo
A fidelidade da Colombina
O gargalhar da hiena
A amizade do Arlequim
O amor do Carnaval
O elogio do invejoso
O lamento da carpideira
A cegueira da justiça
A humildade do vencedor
O reconhecimento do vencido
O abraço do candidato
A simpatia do vendedor
A culpa do governo
A beleza da playboy
O dinheiro da loteria
A fé do condenado
A pena do carrasco
O poder do rei
A bravata do mais forte
A cautela do mais fraco
A democracia do rico
A mais-valia do comunista
O medo do patrão
O sêmen do empregado
A droga do filho
A virgindade da filha
O celibato do padre
O abraço do estuprador
O beijo de Judas
O gozo da prostituta
A morte do indigente

Na sarjeta os ilustres e miseráveis se confundem,
No clube os burgueses quebram regras,
No salão as máscaras valsam sozinhas, já não precisam de corpo, rodopiam e enchem todo o ar de hipocrisia e luxúria.

Nenhum comentário:

Postar um comentário