A velhice é também um castigo à soberba, de um dia acharmos que poderíamos ser eternos.
verso, prosa e frases soltas, gritos na noite, pulso que pulsa, meia-verdade, meia-justiça e um grilo falante
terça-feira, 31 de março de 2015
sábado, 28 de março de 2015
Narciso
Pobre poeta,
sou a palavra mais preciosa e precisa.
E me ignora, põe terra sobre mim,
cospe na minha cara!
Insulta, espanca.
Muda meu nome.
Esconde-se de mim.
Mas não escapa.
Cansado, humilhado,
me redime.
Brada aos quatro cantos,
me espalha.
sou a palavra mais preciosa e precisa.
E me ignora, põe terra sobre mim,
cospe na minha cara!
Insulta, espanca.
Muda meu nome.
Esconde-se de mim.
Mas não escapa.
Cansado, humilhado,
me redime.
Brada aos quatro cantos,
me espalha.
não se livrará de minha sombra.
Pois “eu” sou você.
Em “mim”, há de se afogar.
quinta-feira, 26 de março de 2015
Prolegômenos
Pois é, também pensei que fosse um tipo de massa comestível.
Mas temos aí um sinônimo para introdução.
O blog nasce para publicar alguns lances que tenho na
cabeça, outros na gaveta, e chamo de poemas. Cada um fique a vontade para pôr o
nome que quiser. Se conseguir te provocar um pouco, já atingi meu objetivo.
Bom, poesia incidente. Como se
estivéssemos distraídos e algo nos atingisse em cheio! Soco na cara. Despertar,
de repente, e se ver pelado no meio da rua.
Suspirar aliviado descobrindo ser um sonho (nem sempre; e o tempo não
para).
Afinal, a vida é cheia dessas
coisas que nos pegam de surpresa.
Não ignoro, por outro lado, a
poesia esperada com minúcia.
O beijo no altar. Cheirinho de café pela manhã (para quem gosta).
Pra mim, poesia se
confunde com subversão, nos dois sentidos. Até cogitei o título do blog nesse
caminho. Que dois sentidos? Arte como sub-versão
da realidade, farsa do destino. Qualquer canto é menor do que a vida de
qualquer pessoa. Arte como subversão da realidade, embaralhando-a de ponta a
cabeça, berrando suas inverdades. Então, já estou brincando com palavras,
ofício do poeta.
Além das minhas bobagens, vou me
dar ao trabalho de publicar a bobagem de outas pessoas. Pequenos e grandes
poetas. Isso mesmo, poesia enquanto adorno inútil. Só que neste mundo de
futilidades, algumas cores são menos desnecessárias do que outras.
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